Um dos aspectos mais caricatos dos Japoneses é a forma como eles dormem.
Em qualquer altura do dia podemos encontrar japoneses a dormir no metro, autocarro, ou comboio. E surpreendentemente, não se enganam na estação que teêm de sair. Há várias teorias a circular entre o pessoal do programa Vulcanus sobre como conseguem tal proeza. Uns dizem que existe um sistema em que eles recebem uma mensagem para o telemóvel quando chegam à estação pretendida. Outros dizem que eles (graças à genética, ou a uma vida inteira de treino) têm um sono muito leve, e conseguem reagir quando houvem o nome da estação no altifalante. O metro de Tóquio é extramamente fiável (nunca se atrasa), e por isso, uma prática (usada até entre nós) é programar o telemóvel para tocar um alarme um minuto antes da estação em que queremos sair.
Contudo, há uma altura em que o autodomínio do sono Japonese deixa de funcionar. Como não há metro desde sensivelmente as 00:30 e as 5:00 da manhã, e um táxi para médias/longas distâncias só é acessivel a quem é podre de rico, o típico Japones de Tóquio que quizer sair à noite tem de ficar na disco até às 5:00, e apanhar o primeiro metro do dia para ir para casa. Nessa altura, a falta de sono (aliada a um pouco de álcool no sangue) dá origem às situações inimaginavelmente hilariantes, como esta.
Sim, aquele gajo a rir-se no vídeo é nada mais que a minha pessoa, que estava a voltar para casa com os meus companheiros de dormitório, após uma ida a uma discoteca em Roppongi. O Federico gravou este vídeo com o telemóvel novo dele. Após esta cena, decidi deixar algum espaço, mas a rapariga continou a fazer o mesmo sem o meu encosto: ora se deitava, ora rapidamente se levantava, mas sem dar qualquer sinal de consciência. Após praticamente cair ao chão, tomamos a acção de acordar-la — foram precisas três pessoas e 2 minutos para elar retomar consciência. Ela levantou-se, saiu na seguinte estação, sentou-se num banco de espera, e imediatamente retomou o seu sono...
Nessa noite, metade dos meus amigos adormeceu na metro e perdeu a sua estação. Na verdade, só não fui um deles porque tinha mais compainha — mantinhamos acordados uns aos outros!