14 outubro 2006

Aprendizagem da língua Japonesa

Turmas

Antes do começo das aulas, nós (40 pessoas ao todo) fomos agrupados em vários turmas (cada turma com cerca de 5 pessoas) de acordo com o nosso conhecimento prévio e objectivos de aprendizagem. As aulas são dadas por professores da KAI Japanese School. Devido à dimensão limitada das instalações, metade das turmas tem aulas no Centro EU-Japan — a outra metade tem aulas na Kai School.

Eu fui colocado na turma mais avançada das turmas formadas. Contudo os melhores alunos de Japonês não estão na minha turma — foram integrados nas turmas ainda mais avançadas dos cursos normais da KAI School, isto é, com outras pessoas que não fazem parte do programa Vulcanus.

A minha turma era, especialmente no início, muito díspar. Havia quem soubesse imensos kanjis, mas com um vocabulário corrente limitado. Havia quem soubesse muito de gramática. Havia quem tivese um vocabulário e conhecimento de frases idiomáticas muito alargado, mas poucos conhecimentos de gramática e de kanjis (eu).

Aulas

Num dia normal (isto é, um dia sem seminários, visitas de estudo, ou outras actividades culturais), temos 5 horas de japonês. 2 horas de manhã, das 10:00 às 12:00, e 3 horas de tarde, das 13:00 às 16:00.

De manhã, o professor (todos os dias um professor diferente) começa sempre com uma conversa informal em Japonês de 10 min: o que fizemos no fim de semana, qual a nossa rotina diária, quais são os planos para o próximo fim de semana, etc. Este tempo serve para rever a matéria e afinar os nossos cérebros no modo Japonês (em vez do modo Inglês ou Português que está por defeito), e também para esperar por um ou outro colega mais atrasado... :) Depois temos um mini-teste — todos os dias temos de ler antecipadamente a parte do livro que vai ser abordada no dia seguinte, este mini-teste cobre isso. No resto do tempo aprendemos regras de gramática com exposição teórica sempre intercalada com exercícios práticos.

À tarde temos revisões ou, mais frequentemente, conversações. Estas conversações são mais elaboradas, numa situação hipotética de cariz prático, por exemplo: como descrever a nós próprios, como descrever o nosso país, como pedir ajuda num escritório, qual a conversa de elevador apropriada para ter com o nosso chefe, etc! A última hora da tarde é sempre dedicada à realização de fichas de revisão e/ou estudo de kanji.

No caso da nossa turma (mais avançada e díspar) o estudo de kanji é feito individualmente: cada um vai estudando o livro de Kanjis ao seu ritmo e tira dúvidas sempre que precisar.

Eu

Todos nós neste momento já sabemos o suficiente da língua Japonesa para o dia-a-dia: comprimentar as pessoas, apresentarmos-nos, fazer compras, pedir ou explicar a direcção para um lugar, etc.

Pouco tempo depois de cá estar, eu já conseguia socializar com Japoneses, em Japonês. Desde o início (na verdade, mesmo antes, na viagem de avião até Tóquio) fiz um esforço por comunicar em Japonês sempre que podia, e por fazer amigos japoneses. Também fiz (e ainda faço) um grande esforço por usar o dicurso formal na escola, no Centro e na rua, e por usar o discurso informal com os amigos. É um exercício nada trivial (uma vez que varia a conjugação dos verbos e o leque de pronomes pessoais) mas sem o qual jamais poderia ser aceite pelos Japoneses: é mal educado usar discurso informal com pessoas mais importantes ou desconhecidas, mas na mesma medida é "frio" e constrangedor (ou, pior, afeminado!) falar formalmente com pessoas que são consideradas amigas.

Assim, encontro-me e falo frequentemente com os meus amigos japoneses. Também troco emails com eles, quer no computador quer no telemóvel, fazendo uso dos dicionários electrónicos que existem em ambos. Também estou a ler manga em Japonês fazendo uso do dicionário electrónico portátil que adquiri.

Objectivo

O meu objectivo é aprender o máximo possível de japonês neste ano inteiro em geral, e nestes quatro meses em particular. Há muitas regras gramaticais de desconheço ou confundo, e ainda não consigo comunicar raciocínios complexos. Também ainda conheço poucos kanjis. Em Dezembro vou fazer um exame internacional de Japonês (Japanese Language Proficiency Test) — também um objectivo, mas secundário — pois é o conselho dos professores, e também a minha opinião, que é mais importante aproveitar este tempo no Japão para praticar o Japonês, do que estar enfiado em casa a marrar para um exame que pode ser feito em qualquer parte do mundo. Em Janeiro começa o meu estágio, mas se for de todo possível, tenciono continuar as aulas de Japonês em horário pós-laboral noutra instituição. Talvez receba um reembolso do centro, mas ainda está em conversação. De qualquer forma, isso não me irá demover de continuar a aprender o máximo possível Japonês.